O cultivo multitrófico é uma prática de aquicultura que envolve o cultivo integrado de diferentes espécies em um mesmo sistema. Nesse sistema, as espécies são selecionadas de forma a aproveitar os recursos disponíveis e criar relações sinérgicas, onde os resíduos de uma espécie são aproveitados como alimento ou nutrientes por outras espécies.
Como funciona esse cultivo?
Esse tipo de cultivo tem como objetivo aumentar a eficiência e a sustentabilidade da produção aquícola, a satisfação o impacto ambiental e o aproveitamento dos recursos. No cultivo multitrófico, são espécies combinadas de diferentes níveis tróficos, como peixes, moluscos, crustáceos e algas.
Por exemplo, a produção de peixes em uma fazenda aquícola gera resíduos orgânicos, como fezes e restos de alimentos. Esses resíduos podem ser utilizados como nutrientes para o cultivo de algas, que por sua vez ajudam a melhorar a qualidade da água, removendo os nutrientes em excesso e diminuindo o risco de eutrofização. Além disso, as algas podem ser utilizadas como alimento para moluscos, como mexilhões, que filtram a água, melhorando ainda mais a qualidade e reduzindo a quantidade de resíduos.
O cultivo multitrófico promove a reciclagem de nutrientes, suprindo a necessidade de insumos externos da aquicultura, como a renovação da água. Além disso, ao diversificar as espécies cultivadas, o sistema se torna mais resiliente a doenças e flutuações ambientais.
No entanto, é importante destacar que esse cultivo requer um planejamento cuidadoso e o conhecimento das interações entre as espécies envolvidas. É necessário considerar fatores como a compatibilidade das espécies, os requisitos nutricionais e as condições ambientais adequadas para cada uma delas.
No sistema de policultivo na aquicultura, várias espécies podem ser cultivadas em conjunto, dependendo das características do ambiente e dos objetivos de produção.
Aqui estão algumas das espécies comumente cultivadas em sistemas de policultivo:
- Peixes: Diferentes espécies de peixes podem ser combinadas no policultivo. Por exemplo, a tilápia é frequentemente criada juntamente com espécies carnívoras, como o bagre ou o robalo. A tilápia se alimenta de vegetação aquática e fitoplâncton, enquanto os peixes carnívoros se alimentam de ração e de pequenos peixes.
- Camarões: O cultivo de camarões, como o camarão branco ou o camarão marinho, pode ser realizado em conjunto com peixes. Os camarões geralmente ocupam a camada inferior do ambiente aquático, enquanto os peixes nadam em níveis superiores. Essa combinação aproveita diferentes nichos ecológicos.
- Moluscos: Ostras, mexilhões e vieiras são exemplos de moluscos que podem ser cultivados em sistemas de policultivo. Eles se alimentam de partícula em suspensão, filtrando a água e melhorando sua qualidade. O cultivo de moluscos em conjunto com peixes ou camarões pode beneficiar a qualidade da água e reduzir a geração de resíduos orgânicos.
- Plantas aquáticas: Algumas espécies de plantas aquáticas, como a alface d’água ou a rúcula d’água, podem ser cultivadas em sistemas de policultivo. Elas ajudam a melhorar a qualidade da água, absorvendo nutrientes e produzindo oxigênio. Além disso, as plantas fornecem sombra e abrigo para os peixes.
É importante considerar as características de cada espécie, como suas necessidades alimentares, compatibilidade ambiental e taxas de crescimento, ao selecionar as espécies para o policultivo. O objetivo é encontrar combinar que otimizem a utilização de recursos e promovam tolerâncias entusiasmadas entre as espécies cultivadas, demonstradas em um sistema mais equilibrado e sustentável.
E o sistema de gestão?
O cultivo multitrófico na aquicultura é amplamente reconhecido como uma abordagem promissora para o desenvolvimento sustentável da indústria aquícola. Quando realizado em conjunto com um sistema de gestão eficiente, esse modelo de cultivo pode alcançar um alto nível de sucesso. Com a implementação adequada de um sistema de gestão, esse cultivo pode ser uma estratégia altamente eficaz para promover a produtividade, a rentabilidade e a sustentabilidade a longo prazo da indústria aquícola.